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quinta-feira, agosto 18, 2005

choque

"Não há nada de novo no “choque tecnológico”. Basta ler umas coisas com mais de 60 anos e perceber qual é a sua mensagem-chave." - É assim que um texto de Jorge Gomes, publicado no Abrupto começa. E eu começo por concordar. Nada do que é dito é novidade. Conhecem-se casos de inovação que relançaram uma região - ou um país - Silicon Valley, Finlãndia, Catalunha, até mesmo a Índia, que há uns anos a esta parte tem investido muito - principalmente em software. Mas como diria Castells o modelo aplicado lá, não deve ser o aplicado cá!
Para copiar também é preciso arte e engenho. É preciso copiar transformando o copiado à luz da nossa realidade.
As ideias estão lá, a parte comunicativa entre entidades é importante, mas antes disso a educação/formação é o ainda mais. E sem formação adequada de nada nos serve o choque. Quantos anos levará até que se apresentem nas universidades jovem com capacidade de liderança e inovação e com bons conhecimentos? Muito. Se tivermos em conta as notas dos exames nacionais, que ano após ano demonstra o estado da educação! (há mais exemplos, mas fiquemos por aqui)

"...cerca de 90% dos gestores de topo portugueses afirmaram que nos últimos dois anos não participaram em qualquer tipo de rede/formas de colaboração com outras empresas, universidades ou centros de I&D.." - É uma questão de mentalidades, somos pequenos, tacanhos...Temos medo que nos roubem as ideias, os projectos, não percebemos que só em grupo podemos vencer, não percebemos que só juntando interesses podemos sobreviver... Mudar mentalidades é complicado e não é certamente em pouco tempo que as coisas vão mudar.

Por outro lado, faz-se alguma I&D em portugal. Alguns centros de excelência estão a ser construidos - devagar é certo, mas concerteza melhores dias virão.
Cá por estes lados fico ansiosamente a aguardar por Setembro/Outubro, altura em que será apresentado o verdadeiro "choque" com medidas exactas, espero que não demasiado "choquantes"...

[posidon]