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quarta-feira, junho 21, 2006

"Só tem convicções aquele que não aprofundou nada"

Disse um dia Emil Cioran ... mas, como é possivel eu aprofundar algo, e n ficar com convicção de algo a seu respeito?? concordando ou não, se aprofundar a minha ideia sobre algo, apenas irei estar a confir a minha convicção, ou a refuta-la e ficar convicto do contrario....

Neste momento estou convicto de que Cioran está errado ...

(Enigma)

11 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ter uma convicção, é ter a certeza absoluta sobre algo. Essa certeza pode ter sido obtida por factos ou pela razão.

Como nada é absoluto (verdade ou falsidade) então a convicção nunca pode existir e à medida que aprofundas o problema depressa perdes a convicção de onde partis-te e ganharás uma outra.
Se o ciclo se for repetindo acho que Cioran tem razão!

[posidon]

4:44 da tarde  
Blogger mosh said...

Não podemos afirmar que NADA é absoluto. Existe sempre algo que podemos afirmar ser verdadeiro ou falso, mas mesmo que tal fosse impossivel, podemos sempre ter uma convicção, pois ao aprofundar um problema, não quer dizer que tenhamos que voltar sempre ao ponto de onde partimos, ou termos de repetir o ciclo. Existe sempre um ponto onde temos que parar, e onde fundamos as nossas convicções, quer sejam morais, politicas, sociais, ou pessoais. Assim sendo, continuo a acreditar que Cioran está errado.

(Enigma)

9:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Como sabes a utilizaçao da linguagem neste tipo de frases (ou discuções) é fundamental.
Uma convicção é uma certeza absoluta (por definição).

Atacando a segunda parte do teu texto, eu não disse que voltarias ao principio eu disse que entrarias em ciclo e que as convicções que ganhas-te agora, as perderás quando aprofundares mais o assunto, se o aprofundares, óbviamente e se não quizeres parar... e assim sucessivamente, acabando por nunca teres "certezas absolutas" sobre nada.

Na minha opinião podemos garantir que NADA é absoluto. É aliás dessa premissa que Cioran parte para escrever o que escreve. As tuas certezas absolutas, são sempre relativas a algo, ao teu conhecimento, à tua experiência, ao teu "querer", etc...
Podes parar de procurar e fundares as tuas convicções em algo, mas não podes provar que abaixo dessas fundações não existem outros planos de conhecimento ou experiência que (mais tarde) te façam alterar as convicções, as certezas absolutas.

[posidon]

9:08 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O certo é que o que interessa é o facto de termos ou não convicções. O facto de termos convicções, não quer dizer que elas estejam certas ou erradas... Hitler tambem tinha as suas proprias convicções, para ele estavam certas, para o resto do mundo eram erradas, não interessa, o facto é que para ele eram as "suas" convições, memso que estando erradas, para ele estavam mais que correctas.

Cioran ao dizer o que diz, está a afirmar uma convicção sua, logo posso dizer que ele nunca aprofundou nada a respeito do assunto...

2:44 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Uma convicção varia segundo o espaço e o tempo, o avanço da tecnologia e/ou conhecimento, do sujeito e do assunto que se discute.
Acho que podemos encontrar convicções "certas" e "erradas", passo a explicar...
Estou convicto que o Homem "nasceu" devido a uma evolução e não foi algo divino que o criou, até aqui acho que não há dúvidas e se pesquisar mais sobre o assunto só vou afirmar mais a minha convicção, embora existam pessoas que pensem o contrário. Por outro lado estou convicto que a tecnologia do futuro serão as energias limpas, aqui poderei estar errado porque me faltam informações referentes a este assunto e até poderá ser que o futuro seja diferente.
Concluindo, acho que depende do assunto em questão, da pessoa que o discute e do que já se conhece sobre o mesmo, sendo assim poderá haver convicções mais veridicas do que outras...
Sendo assim, e levando à letra o que Cioran diz, acho que está errado.

11:25 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Desculpem, mas o que está em causa não é se a convicção está certa ou errada. Por tanto não interessa se o Hittler está certo/errado nas suas convicções.

O que se discute é a existência ou não de certezas absolutas (convicções). Mesmo no exemplo que dão não me parece correcto. Ele também mudou o seu comportamento ao longo do tempo.

O problema é, como já referi, de definição da palavra convicção e se acreditamos ou não que haja certezas absolutas... Há escolas que defendem que as há, outras acham o contrário. A discução só pode ser feita por aí e nunca pela veracidade/falsidade de uma ideia.

Se o Lifeform diz que as convicções vairam, por exemplo, sobre o que se conhece sobre o assunto, então deu razão a Cioran, uma vez que ao ter mais conhecimento as convicções (relativas) que tinhas foram alteradas, para outras convicções ainda relativas, pois ao aprofundares mais o dominio de estudo mudarás as convicções (aliás não percebo a conclusão a que chegou no fim do comentário).

Mais uma vez, trata-se de aceitar, ou não, a existência de _certezas_absolutas_ e não se um ideal é ou não verdadeiro/falso. E para mim não existem certezas absolutas sobre nenhum dominio!

[posidon]

9:33 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Acho que o que devemos dicutir é o facto de Cioran dizer que "SÓ TEM CONVICÇÕES QUEM NUNCA APROFUNDOU NADA"

eu acredito profundamente no contrario, que quanto mais aprofundo um assunto mais fundamento as minhas convicções, para um lado ou para o outro. Acho que Cioran quis dizer que as "convicções" apenas são um tipo de conhecimento empirico, e não "estudado".

Quando "estudamos", aprofundamos, procuramos, adquirimos mais conhecimento, logo podemos fundamentar e aprofundar as nossas convicções.

Continuo a achar que Cioran está errado

(enigma)

12:50 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Estou de acordo ctg e penso que é isso que tenho tentado fazer. Discutir a frase, sem barulho à volta.

Aprofundar um dominio pode ser feito empíricamente ou cientificamente, não é importante neste caso.
Na realidade quando aprofundas algo, tu não fundamentas as tuas convicções. Muitas vezes alteras a tua maneira de pensar. Abres horizontes. Modificas a tua opinião. E isso é saudável.
Se o processo é ciclico, como referi no meu primeiro post, então o estado de aprofundar é apenas a construção de novas convicções (como peças de lego). Daí que, o aprofundar um dominio de conhecimento (ou outro, e.g. empírico) leva-te a alterares as convicções de onde partis-te. Atenção que alterar não implica mudar de opinião, mas sim construir, muitas vezes com base na convicção de onde partis-te.
Como "certezas absolutas" (convicções) não existem então a busca é constante e o ciclo é interminável, daí que se fores "modesto", durante a procura, chegarás à conclusão que nunca terás certezas absolutas.....
Na verdade tens uma construcção constante em busca de uma verdade absoluta (uma certeza absoluta - convicção) impossivel de alcançar...

[posidon]

9:07 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

É isso mesmo.
Ao aprofundar o conhecimento poderá-se mudar a convicção em causa ou acentuar a mesma.
Afinal estamos todos de acordo...

10:29 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Podemso alterar ou podemos fundamentar a convicção, o que eu apenas quero dizer, é que eu posso e tenho as minhas convicções, certas ou erradas não interessa, sãp minhas, são as minhas convicções, não teem que ser validas, apenas teem que ser minhas, por isso mesmo não pensamos todos da mesma maneira, mas por as ter, não quer dizer que nunca tenha aprofundado nada, posso ter aprofundado até onde foi possivel, ou até onde eu acreditei que fosse necessario, logo, eu aprofundei e dai construi as minhas convicções. Logo, para mim, Cioran está errado, é a MINHA convicção, não quer dizer que esteja certa, mas é a MINHA convição, depois de ter aprofundado o assunto.

(Enigma)

1:41 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Ok. com este meu comentário eu termino aqui a exposição das minhas ideias. Podemos continuar cara à cara, talvez seja mais fácil.

Eu nunca discuti se é válida/certa ou errada a convicção. (ponto final)! Isso n interessa para a discussão.

A minha abordagem ao problema parte da seguinte permissa:
Não há certezas absolutas.
Se não as há então as convicções (que por definição significa ter a certeza absoluta de algo) são (porque eu parto da permissa enunciada) _sempre_ relativas. Se são sempre relativas então quer dizer que ao aprofundar o dominio de estudo as convicções serão alteradas (claro que isto tb é subjectivo, uma vez que o individuo pode não querer alterar as suas convicções, mas mesmo assim não deixam de ser relativas para o universo em que o individuo está envolto!!).

Há muitos exemplos na história da humanidade em que certezas absolutas existiram e que foram ultrapassadas por outras, basta pensar um pouco para encontrar muitas.

Novamente, e para acabar, repito o que já disse anteriormente, o problema na frase (quanto a mim) está na _definição_ da palavra convicção, que se procurarem num dicionário quer dizer "certeza absoluta".
Como, para mim, certezas absolutas não existem então, dou razão a Cioran.

[posidon]

10:28 da manhã  

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