Soares pré-candidato à presidência da républica
Parece que este ano não teremos tempo para a "silly season". A apresentação da candidatura de Soares parece animar esta época veraneana, em que (felizmente) os incêndios e o bom ou mau combate ao mesmos deixou de ser capa de noticiário. A grande maioria dos editoriais e comentários dos jornais tratam este tema. Cada comentador vê o assunto do ponto de vista que mais lhe agrada, esquecendo sempre que outros podem ser adoptados. No fundo um verdadeiro "estudo" está por fazer - Desculpem-nos se tal enquadramento existir, é sabido que mantermo-nos informados é tarefa custosa e por vezes não o conseguimos estar totalmente. Apresentadas as desculpas, comecemos. Estamos certos que Soares foi um importante pilar na democracia que hoje conhecemos. Mas esse facto, por sí só, não chega para apoiar, ou não, uma eventual candidatura. A idade é um outro argumento do qual tentamos fugir, achando que não pode, nem deve ser impedimento para tal candidatura, isto é, não deve servir de vantagem ou desvantagem na possivel corrida pelo poleiro presidêncial.
Mas não servindo este texto para opiniarmos sobre tal hipótese - oportunidades não nos faltarão aquando da apresentação da candidatura, se ela se vier a concretizar - vamos aos factos e às várias visões que se nos apresentam pelos tão ilustres e iluminados comentadores da nossa praça politica.
Quase todos concordam que a idade não deverá ser impedimento. E faço uso do advérbio "quase", porque há sempre quem tente passar essa ideia. Sempre de forma escondida, é certo. Há comentários, frases e jeitos na escrita que sem dúvida nos levam a pensar que defendem a não candidatura devido à idade do candidato, a boa educação fazem esconder tal argumento.
Mas se a idade não é um factor que muitos têm em conta, a visão ultrapassada do presente (directamente relacionado com a idade do candidato?) mostra-se como o trunfo da maioria dos nossos "opinion makers". É dito que a visão de Soares é ultrapassada, que em nada tem a ver com o presente, que os ideiais do senhor estão ultrapassados e demonstradamente errados. Afirma-se que Soares partilha da ideia utópica(?) de Porto Alegre e que defende uma europa federalista. No geral, afirma-se (impõem-se a ideia) que Soares está ultrapassado ideologicamente e que nada do que afirma ou defende será o futuro da humanidade. Em poucas palavras fazem-no passar por um velho esclerosado, para o qual o presente é ainda a continuação de um passado, não tão longinquo, que poderá moldar um futuro diferente do que se avizinha!!
Mas a erronea ideologia que soares defende, não é a única "acusação". Os bons e velhos, os de sempre, vêm dizer que Portugal precisa de estabilidade politica. Claro faltavam os da estabilidade! Por acaso são os mesmos que defendem, sem olhar em seu redor, que a economia é hoje mais importante que a politica, a ideologia e a humanidade... Mas não nos afastemos do assunto principal - A apresentação do vários "nãos" à candidatura de Soares. Diz-se que Soares não é o candidato "ideológico" de Sócrates, mas sim Cavaco. Diz-se que se Soares ganhar as presidênciais então Socrates terá um grande problema para continuar com a politica liberal que apresenta e que com Cavaco, ideológicamente mais próximo de Sócrates, a caminhada para a desgraça final de Sócrates será menos atribulada, e o português comum só a notará no fim da sua legislatura (se chegar ao fim, acrescentemos).
Outros, poucos, falam já da estratégia que cada hipotético candidato - Cavaco e Soares - terão de usar para a vitória nas eleições. Apresentam-se assim várias ideias que devem ser usadas por Cavaco para derrotar Soares. O medo, terror e pasmo foram sem dúvida alguns dos sentimentos que várias personalidades de direita têm enfrentado com esta possível candidatura. Tais sentimentos são bem visiveis nos constantes comentários e afirmações que cuidadosamente lemos e ouvimos. Outros artigos, mais ou menos relacionados com este, resvalam para a problemática interna ao PS sobre que candidato apoiar, isto é, são apresentados vários textos sobre o problema gerado com a candidatura de Soares depois de Alegre se ter apresentado para concorrer como único candidato de esquerda. É portanto visivel a "propaganda" que afirma sem deixar dúvidas que Soares não é o encoberto (será Cavaco o encoberto?, estamos perdidos!) que virá salvar a nossa pátria de todos os problemas que a assolam.
(posidon)
Mas não servindo este texto para opiniarmos sobre tal hipótese - oportunidades não nos faltarão aquando da apresentação da candidatura, se ela se vier a concretizar - vamos aos factos e às várias visões que se nos apresentam pelos tão ilustres e iluminados comentadores da nossa praça politica.
Quase todos concordam que a idade não deverá ser impedimento. E faço uso do advérbio "quase", porque há sempre quem tente passar essa ideia. Sempre de forma escondida, é certo. Há comentários, frases e jeitos na escrita que sem dúvida nos levam a pensar que defendem a não candidatura devido à idade do candidato, a boa educação fazem esconder tal argumento.
Mas se a idade não é um factor que muitos têm em conta, a visão ultrapassada do presente (directamente relacionado com a idade do candidato?) mostra-se como o trunfo da maioria dos nossos "opinion makers". É dito que a visão de Soares é ultrapassada, que em nada tem a ver com o presente, que os ideiais do senhor estão ultrapassados e demonstradamente errados. Afirma-se que Soares partilha da ideia utópica(?) de Porto Alegre e que defende uma europa federalista. No geral, afirma-se (impõem-se a ideia) que Soares está ultrapassado ideologicamente e que nada do que afirma ou defende será o futuro da humanidade. Em poucas palavras fazem-no passar por um velho esclerosado, para o qual o presente é ainda a continuação de um passado, não tão longinquo, que poderá moldar um futuro diferente do que se avizinha!!
Mas a erronea ideologia que soares defende, não é a única "acusação". Os bons e velhos, os de sempre, vêm dizer que Portugal precisa de estabilidade politica. Claro faltavam os da estabilidade! Por acaso são os mesmos que defendem, sem olhar em seu redor, que a economia é hoje mais importante que a politica, a ideologia e a humanidade... Mas não nos afastemos do assunto principal - A apresentação do vários "nãos" à candidatura de Soares. Diz-se que Soares não é o candidato "ideológico" de Sócrates, mas sim Cavaco. Diz-se que se Soares ganhar as presidênciais então Socrates terá um grande problema para continuar com a politica liberal que apresenta e que com Cavaco, ideológicamente mais próximo de Sócrates, a caminhada para a desgraça final de Sócrates será menos atribulada, e o português comum só a notará no fim da sua legislatura (se chegar ao fim, acrescentemos).
Outros, poucos, falam já da estratégia que cada hipotético candidato - Cavaco e Soares - terão de usar para a vitória nas eleições. Apresentam-se assim várias ideias que devem ser usadas por Cavaco para derrotar Soares. O medo, terror e pasmo foram sem dúvida alguns dos sentimentos que várias personalidades de direita têm enfrentado com esta possível candidatura. Tais sentimentos são bem visiveis nos constantes comentários e afirmações que cuidadosamente lemos e ouvimos. Outros artigos, mais ou menos relacionados com este, resvalam para a problemática interna ao PS sobre que candidato apoiar, isto é, são apresentados vários textos sobre o problema gerado com a candidatura de Soares depois de Alegre se ter apresentado para concorrer como único candidato de esquerda. É portanto visivel a "propaganda" que afirma sem deixar dúvidas que Soares não é o encoberto (será Cavaco o encoberto?, estamos perdidos!) que virá salvar a nossa pátria de todos os problemas que a assolam.
(posidon)
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