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sexta-feira, setembro 09, 2005

"...é a histeria anti-Bush, e antiamericana, que varreu a comunicação social, na portuguesa com o primarismo habitual, na de muitos outros países, incluindo os EUA, reproduzindo as clivagens da última eleição presidencial. Há hoje uma forte corrente de opinião mundial hostil aos EUA não só enquanto realidade política, mas enquanto realidade sócio-cultural. Pode até em parte ser culpa dos americanos, mas está cá para lavar e durar, e moldará a política europeia de uma forma muito perigosa, em primeiro lugar para os europeus, que dependem dos EUA para se defender e fazem de conta que não sabem isso."
"...Nesse país concreto, foi eleito aquele Presidente e eu posso detestá-lo, mas não uso a desgraça dos americanos para obter uma pequena vingança política e ganhar uma maior auto-estima feita do mal alheio."
"Não me venham dizer que o que se viu na zona atingida pelo furacão é o que se costuma ver no Uganda e no Ruanda, porque isso é um completo absurdo que não resiste à mais pequena análise. É puro discurso ideológico transformado em discurso "noticioso", ou então não sabem do que estão a falar, e do que aconteceu no Ruanda, no Uganda, na Serra Leoa, por aí adiante."
"Não custaria fazer uma lista dos muitos modos puramente ideológicos como o que aconteceu foi usado para a campanha antiamericana. Começa-se por se esquecer que houve um furacão, e desapareceram as imagens da violência da natureza, passados os primeiros dias, em que elas ainda eram politicamente neutras. O contraste com o tratamento do tsunami é flagrante, e, nem de perto nem de longe, as televisões passaram algo de semelhante à repetição mórbida das ondas que entravam terra dentro.Os noticiários deram sempre em primeiro lugar, e às vezes em único lugar, a notícia da imputação da culpa, esquecendo quase de imediato o desastre natural, a não ser para reforçar a culpa, transformando a humanidade das vítimas numa abstracção e num libelo acusatório. Foi isso que interessou. O sujeito da desgraça de Nova Orleães foi Bush, não o Katrina e imediatamente se isentou toda e qualquer autoridade local e estadual para só referir a culpa do governo federal, como se os EUA não fossem um país feito de autoridades sobrepostas."
"Nos EUA, as vítimas não são verdadeiras vítimas, servem como bandeira para mostrar que o sistema é mau e o Presidente péssimo, que há um contínuo entre a guerra do Iraque e o "cenário de guerra", que mil e um comentários referiram a propósito e despropósito de Nova Orleães. Não me lembro de tal léxico bélico para descrever as zonas devastadas pelo tsunami, que certamente também deveriam parecer zonas de guerra. No tsunami, como a Tailândia, o Sri Lanka e a Indonésia são longe e não são os EUA, a questão da culpa só foi aflorada numa referência inicial sobre se havia ou não aviso possível. Quem é que quer saber da culpa em tão remotas paragens. Aí a culpa é da natureza."
Jose Pacheco Pereira no Abrupto
Em primeiro lugar, tudo o que se disse e escreveu, acerca do Katrina e dos seus efeitos em Nova Orleães, creio que não tem como base a suposta "histeria" antiamericana que PachecoPereira refere. Embora possa ter havido quem tenha falado sobre o sucecido, com o sentimentoantiamericano em mente, não existiram, pelo menos as noticias que acompahei, excessos de"comunicação" sobre o sucecido. Mesmo que tal tenha acontecido, a culpa, tem toda origem nos EUAdevido á susa propria politica de quero posso e mando.
Depois os Europeus não necessitam dos Americanos para se defenderem. Existe actualmente naEuropa uma maior união por parte de todos os paises no que toca á defesa territorial de cadaum (excepção feita, em alguns casos, a Inglaterra). Actualmente os EUA é que não fazem nadasem terem as "costas quentes" por parte da Europa (pudemos ver isso no que toca a guerra doIraque e do apoio concedido pela Inglaterra e Espanha). Os EUA dependem actualmente maisda Europa do que o contrario, quer em termos sociais e economicos, assim como no militar.
A desgraça que aconteceu nos EUA não é aproveitada devido ao facto de não gostarmos dopresidente dos EUA, e muito menos é usada como vingaça politica, pois a nossa auto-estimade nada necessita disso.
Contrariamente ao que refere Pacheco Pereira, o que se viu e vê na zona atingida pelo furacãoé realmente parecida com o que aconteceu no Ruanda ou Uganda. Pacheco Pereira não pode dizero contrario de jornalistas que efectivamente estiveram nesses paises e viram realmente a realidade de lá, e são, os mais habilitados para fazerem tal comparação. O cenário que noschega atravez da televisão é detalhado, logo todos podemos tirar as nossas proprias conclusões.
Pacheco Pereira diz que as vitimas não são verdadeiras vitimas e que só servem de pretexto.Por Favor!! experimente a dizer isso a quem viu a sua casa destruida, quem quiz ajuda e nãoteve, quem teve que passar 5 dias sem comer nem beber, e viu a morte bater-lhe a porta. Ofaccionismo chegou ao Abrupto. Dizer tal coisa é ser mais do faccioso em relação aos EstadosUnidos e a George Bush. A ajuda falhou, num pais que se impõe como sendo o modelo e o melhordo mundo. Mostraram o que realmente são. São tão bons como qualquer outro pais do 3º mundo. Relativamente ao que aconteceu com o tsunami, todos os paises foram criticados, pois japodiam ter sistemas de alerta, coisa que os estados unidos têm de sobra, sabiam que o furacãoiria passar por ali e nada fizeram, as pessoas que morram. Ao contrario dos EUA os paises afectadospelo tsunami pediram emiditamente ajuda internacional por não terem meios capazes de enfrentara situação. Os EUA?? esperaram 5 dias, 5 dias que mais pareceram 5 meses.

(enigma)