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sexta-feira, setembro 09, 2005

"O ministro do Interior britânico, Charles Clarke, mostrou-se confiante em conseguir até ao fim do ano um acordo na União Europeia para que as comunicações telefónicas e e-mails fiquem registados como elemento da luta antiterrorista."
"A ideia prevê que o registo, a ser efectuado pelas companhias de telecomunicações e de Internet, inclua dados como a identificação das partes envolvidas, a hora, local e duração, tendo sido sublinhado que não há interesse especial no conteúdo. O registo envolveria conversas telefónicas, em linha terrestre ou telemóvel, SMS e mensagens por correio electrónico. As autoridades britânicas consideram que a detecção deste tipo de contactos tem sido de grande utilidade nas investigações de diversos atentados terroristas, como os de Londres e os de Madrid, a 11 de Março de 2004."
"Presentemente, as empresas de alguns países já procedem a este tipo de registos, como na República Checa e na Itália, por períodos entre dois meses e quatro anos. O objectivo da presidência britânica da UE aponta para a harmonização desta prática em todos os países.Embora na UE seja reconhecido que o registo das comunicações é um passo importante na luta antiterrorista, o projecto tem-se deparado com fortes críticas sobre o risco de pôr em causa os direitos e liberdades cívicas, além de alegações de que irá acumular um número tão avultado de dados que a sua utilidade se mostra duvidosa e ainda de que os custos serão excessivamente elevados. A ministra alemã da Justiça, Brigitte Zypries, considerou, à entrada da reunião, que este mecanismo iria implicar, no seu país, encargos de cerca de 100 milhões de euros. Em caso de aprovação, espera-se que as empresas de telecomunicações insistam em que os custos sejam, essencialmente, da responsabilidade das autoridades públicas. Em alternativa, estes encargos poderão acabar por ser transferidos para os utentes."

in Diario de Noticias

Este pode bem ser o primeiro passo para uma completa "fiscalização" do governo ao povo. A ideia do "Big Brother" está cada vez mais presente na sociedade, e mesmo para algumas pessoas, ela não merece sensura, pois pode dar uma falsa ideia de segurança. A ideia de control de comunicações não é nova, pois ela já se faz na maioria dos paises á muitos anos. A questão é que cada vez mais, o governo tem tendencia a querer saber mais e mais sobre o que se passa, mesmo que, estando provado que tal pode não influenciar em nada os acontecimentos. Temos como exemplo os EUA, onde a NSA escuta e regista tudo o que se passa no pais e não só, e mesmo assim nada soube sobre o 11 de Setembro. Na inglaterra, apesar de Londres ser considerada a cidade mais segura do mundo, com milhares de camaras espalhadas pela cidade, nada se conseguiu fazer para prevenir ou evitar os ataques suicidadas.
Mesmo que esta ideia vá avante, o problema será em controlar o registos das chamadas, para que sejam usados, pura e exclusivamente para luta anti terrorista. A espionagem industrial funciona desta maneira. Veja-se o exemplo do progama Echelon dos EUA. A maioria dos segredos industriais Europeus foram "escutados" pela rede de monitorização e escuta de telecomunicações Norte-Americana na Europa. A falta de privacidade do cidadão comum irá atingir o seu expoente maximo muito em breve se continuarmos a proceder desta forma, com a "simples" desculpa da luta anti terrorismo. Pior, podemos ser nós, literalmente, a pagar a factura, pois os operadores europeus não estão para serem eles a pagar uma coisa que não lhes irá trazer lucros.
Assim sendo, será o cidadão normal a pagar a factura duas vezes. A sua liberdade é reduzida ao minimo, e ainda por cima, tem que pagar os custos da impletação da tecnologia que lhe vem tirar a liberdade. Se os governos querem realmente fazer isto, ao menos faziam-no, não diziam nada a niguem, suportavam eles os custos, e assim os terroristas não ficavam a saber que não podiam fazer chamadas por telemovel ou mandar emails. Nos Estados Unidos só muitos anos depois de a NSA estar a trabalhar em pleno é que se soube o que realmente ela fazia. Na Europa não, avisamos antes, para que os "interessados" se previnam! De qualquer maneira não concordo com a politica. Trabalhem em tentar perceber primeiro as fontes do terrorismo, assim podiam prevenir, e não continuar a descuidar a prevenção no aparecimento de novos terroristas, e tentar eliminar os que já existem.
(enigma)