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segunda-feira, abril 18, 2005

A Solidão

. Solitude - Anthropomorphic Echo, 1935 Salvador Dali


É incrivel, como as vezes, mesmo estando rodeados de muita gente, nos podemos sentir tão sós, sozinhos, abandonados á merce deste mundo.
É este sentimento que por vezes destroi as pessoas, a sua alma começa a se degradar pouco a pouco, e a vitalidade e vontade de viver de outros tempos esmorece minuto a minuto.

"A solidão é o fundo último da condição humana. O homem é o único ser que se sente só e que procura um outro."

Octavio Paz in, "O labirinto da Solidão"

... mas por mais que procure não consigo encontrar.

(Enigma)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não sei pq mas achei que ficava bem!!

Lisbon Revisited

NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

Álvaro de Campos - 1923

[posidon]

9:26 da manhã  

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