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sexta-feira, abril 29, 2005

estados de espirito (IV)


Há na música dos Coldfinger uma estranha portugalidade, contextualizada culturalmente de forma difusa, com um número de referências recebidas do exterior e assimiladas por Miguel Cardona e Margarida Pinto. Sendo «Lefthand» um veículo de um fenómeno musical sem registo similar no nosso país, poderia aparentemente supor-se que as antenas destes dois músicos estavam ligadas a um processo de globalização sonora. Nada de mais errado, como se pode testemunhar pelas palavras de Cardona: «Culturalmente, oponho-me totalmente a essa ideia, que considero mercantilista. A globalização passa por uma certa alienação do que é realmente importante». Contrariando essa tendência, os Coldfinger criam canções que, possuindo uma cultura musical baseada no hip hop, drum n'bass, jazz e registos construídos na colagem, são suportadas por poemas que reflectem o sentir português. Aborda-se a densidade das entranhas e dá-se-lhes texturas, formas e cores que nos tocam os sentidos como se fossem fotografias. A preto e branco, com muito grão, registam-se paisagens com grande profundidade de campo que lembram este cantinho à beira-mar plantado. Paisagens líricas com interlúdios separadores, num disco que conta uma história em fachas demarcadas esteticamente entre si. «É uma figura geométrica que se desenha num plano antecipado do qual fazem parte rupturas mais ou menos abruptas».
in Jornal de Noticias

[posidon]

Inimigos

Escolhe Inimigos Que Te Mereçam

"Gosto dos valentes; mas não basta bater a torto e a direito; é preciso saber ainda no que se bate. E muitas vezes há mais coragem em se conter e passar adiante, a fim de se reservar para um adversário mais digno. Tende apenas inimigos dignos de ódio, e não inimigos desprezíveis; é necessário que possais estar orgulhosos dos vossos inimigos; já vos ensinei isso. É necessário reservardes-vos para um adversário mais digno, meus amigos; por isso tereis de passar por cima de muitas ofensas, - passar por cima de muita canalha que vos massacrará com as palavras povo e nação. Livrai o vosso olhar de se misturar às suas contestações. É um matagal de direitos e de abusos. Ter de considerá-los irrita. Lançar aí os olhos - atirar-se para a confusão - é a mesma coisa; ide-vos pois para os bosques e deixai dormir a vossa espada! Segui os caminhos que vos pertencem. E deixai povos e nações seguirem os seus escuros caminhos, na verdade, nos quais não brilha uma única esperança!"

Friedrich Nietzsche, in 'Assim Falava Zaratustra'

Ao ler isto, lembrei-me de todas aquelas pessoas, com as quais convivemos diariamente, que a toda a hora nos lançam desafios com toda a sua ignorancia, ao darem a sua opinião rude e basica sobre um tema, julgando-se superiores e inteligentes, mas que poderiam ser derrotas em menos de 5 minutos com apenas meia duzia de palavras. São estas pessoas que evito, pois creio que não vale a pena a resposta, ao fazê-lo iria apenas aumentar o meu ego (alguem disse "não anuncies que és inteligente, deixa que os outros descubram") e aumentar o seu odio por mim, vale mais apenas, tal como Nietzsche diz, esperar por um "inimigo" que tenha força para combater, e que seja digno de esse combate. Mas quem são esses inimigos ?
Arthur Schnitzler, in 'Relações e Solidão' deu-me uma possivel respota:

"Os teus piores inimigos não são de modo nenhum aqueles que têm um ponto de vista diferente do teu; são, pelo contrário, aqueles que têm o mesmo mas que, por diversos motivos, prudência, desejo de ter razão, cobardia, estão impedidos de a ele aderir."

e Samuel Johnson dá-me uma ideia de como os posso tratar:

"Tratar o seu adversário com respeito é dar-lhe uma vantagem para a qual não está intitulado. A maior parte dos homens não julga através de argumentos racionais, e são impressionados pelo carácter; de forma que, se você permitir ao seu adversário um carácter respeitável, ele pensará que, embora você difira dele, pode estar errado. Tratar o seu adversário com respeito é o mesmo que golpear de forma macia numa batalha. "

(enigma)

O bem e mal

A Necessidade do Mal

"Examinai a vida dos homens e dos povos melhores e mais fecundos, e perguntai se uma árvore que deve elevar-se altivamente nos ares pode dispensar o mau tempo e as tempestades; se a hostilidade do exterior, as resistências exteriores, todas as espécies de ódio de inveja, de teimosia, de desconfiança, de dureza, de avidez e de violência não fazem parte das circunstâncias favoráveis sem as quais nada, nem sequer a virtude, poderia crescer grandemente? O veneno que mata as naturezas fracas é um fortificante para as fortes; ... e por isso não lhe chamam veneno."

Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'

Depois de ler este texto de Nietzsche pergunto-me realmente se tera de ser assim?
Será que para a sobrevivencia do mais forte é necessario o sacrificio do mais fraco?
Será que para poder existir paz tem que existir a guerra?
Para podermos escolher algo de "bom" temos que saber o que é "mau", mas não é necessario que o "mau" exista ou se ponha em pratica. Com isto quero dizer que na nossa sociedade não tem que existir necessariamente coisas mas para que possamos ter uma vida boa. Mais uma vez volto á história, pois nela podemos encontrar factos mais que suficientes para conhecermos o que é "mau", para podemos escolher o melhor caminho a seguir, sem termos que ter um exemplo corrente. Já todos sabemos que as guerras são más, mas todos os dias os Homens se lançam em novos conflitos, já sabemos que se cometermos algum crime iremos sofrer as consequencias, mas a toda a hora se cometem novos crimes. É certo que na natureza, a inicial, a da flora e fauna de há milhões de anos, quando o ecosistema ainda não tinha conhecido a influencia do Homem, o ciclo funcionava assim, tal como Nietzsche o descreve, mas actualmente, na nossa sociedade e com o poder da informação, por que é que temos que continuar a funcionar do mesmo modo? será da natureza do Homem (não quero dizer que a natureza do Homem é destrutiva ou maléfica), será que nós proprios nos regulamos pela lei do mais forte, em favor dos nossos interesses individuais e não em favor dos nossos interesses colectivos enquanto membros da sociedade e do Mundo?

(enigma)

quinta-feira, abril 28, 2005

O Ateu é Deus

"Deus não existe (...) A salvação de todos consiste agora em provar essa ideia a toda a gente, percebes? Quem é que há-de prová-la? Eu! Não entendo como é que até agora um ateu podia saber que Deus não existe e não se suicidava logo. Reconhecer que Deus não existe e não reconhecer ao mesmo tempo que o próprio se tornou deus é um absurdo, pois de outra maneira suicidar-se-ia inevitavelmente. Se tu o reconheces, és um rei e não te matarás, mas viverás na maior glória. Mas só o primeiro a perceber isso é que deve inevitavelmente matar-se, senão o que é que principiaria e provaria?

Sou eu que me vou suicidar para iniciar e para provar. Ainda só sou deus sem querer e sofro porque tenho o DEVER de proclamar a minha própria vontade. Todos são infelizes porque todos têm medo de afirmar a sua vontade. Se o homem até hoje tem sido tão infeliz e tão pobre, é precisamente porque tem tido medo de afirmar o ponto capital da sua vontade, recorrendo a ela às escondidas como um jovem estudante.

Eu sou profundamente infeliz porque tenho medo profundamente. O medo é a maldição do homem... Mas hei-de proclamar a minha vontade, tenho o dever de crer que não creio. E serei salvo. Só isto salvará todos os homens e há-de transformá-los fisicamente, na geração seguinte; porque, no seu estado físico actual (reflecti nisso muito tempo), o homem não pode, de modo algum, passar sem o seu velho Deus. Durante três anos procurei o atributo da minha divindade e achei-o: o atributo da minha divindade é a minha vontade, é o livre arbítrio. É com isso que posso manifestar sobre o ponto capital a minha insubmissão e a minha terrível liberdade nova. Porque é terrível! Mato-me para afirmar a minha insubmissão e a minha terrível liberdade nova."

Fiodor Dostoievski, in 'Os Possessos'

(enigma)

quarta-feira, abril 27, 2005

Genialidade (II)

A Alma e o Génio

"O que faz de um homem um homem de génio - ou melhor o que eles fazem - não são as ideias novas mas essa ideia, que nunca os larga, que o que já foi dito não o foi nunca suficientemente. (...) O que tortura a minha alma é a sua solidão. Quanto mais ela se dispersa pelos amigos e os prazeres comezinhos, mais esta me foge e se esconde na sua fortaleza. A novidade encontra-se no espírito que cria e não na nautreza reproduzida. Tu que sabes que o novo existe sempre, mostra-o aos outros - no que eles nunca souberam ver. Faz-lhes compreender que nunca tinham ouvido falar do rouxinol, do espectáculo do mar imenso ou de tudo aquilo que os seus grosseiros órgãos só se encontram em condições de desfrutar depois de se ter tido o trabalho de sentir por eles.

E não faças da língua um empecilho, porque se cuidares da tua alma ela arranjará forma de se dar a entender. Criará uma nova linguagem que valerá os hemistíquios deste ou a prosa daquele. O quê?, diz-me que se considera uma pessoa original e fica insensível à leitura de Byron ou de Dante? Essa febre que considera a força do engenho talvez não passe, afinal, da necessidade de imitar ?!... Não!, é que eles não disseram a centésima parte do que havia para dizer; é que numa só das coisas que eles abordam existe mais matéria-prima para os novos génios do que... e que a natureza depositou nas grandes imaginações do futuro mais coisas novas a dizer sobre a sua criação do que as coisas que criou."

Eugène Delacroix, in 'Diário'

(enigma)

Genialidade

O Universal Opõe-se a Qualquer Época

"É admissível que o génio não seja apreciado na sua época porque a ela se opõe; mas pode-se perguntar por que razão é apreciado nas épocas vindouras. O universal opõe-se a qualquer época, pois as características desta são necessariamente particulares; porque será então que o génio, que se ocupa de valores universais e permanentes, é mais favoravelmente recebido por uma época do que por outra? A razão é simples. Cada época resulta da crítica da época precedente e dos princípios subjacentes à vida civilizacional da mesma. Enquanto que um só princípio está subjacente, ou parece estar subjacente, a cada época, as críticas desse princípio único são variadas, tendo apenas em comum o facto de se ocuparem da mesma coisa. Ao opor-se à sua época, o homem de génio critica-a implicitamente, integrando-se implicitamente numa ou noutra das correntes críticas da época seguinte. Ele próprio pode produzir uma ou outra dessas correntes, como Wordsworth; pode não produzir nenhuma, como Blake, e contudo viver de acordo com uma atitude paralela à sua, surgida naquela época sem ser por um discipulado propriamente dito. Quanto mais universal é o génio, mais facilmente será aceite pela época imediatamente a seguir, pois mais profunda será a crítica implícita da sua própria época. Quanto menos universal for, na sua universalidade substancial, mais difícil será o seu caminho, a menos que lhe aconteça coincidir com o sentido de uma das principais correntes críticas da época seguinte."

Fernando Pessoa, in 'Heróstato'

(enigma)

É Absurdo Falar da Ignorãncia da Juventude

"Para recuperar a minha juventude era capaz de fazer tudo no mundo, excepto ginástica, levantar-me cedo, ou ser respeitável. A Juventude! Não há nada que se lhe compare. É absurdo falar da ignorância da juventude. Hoje em dia só tenho algum respeito pelas opiniões das pessoas muito mais novas do que eu. Parecem-me estar à minha frente. A vida revelou-lhes a sua última maravilha. Quanto aos velhos, contradigo-os sempre. É uma questão de princípio. Se lhe pedirmos opinião sobre uma coisa que aconteceu ontem, eles dão-nos solenemente as opiniões correntes em 1820, quando as pessoas usavam golas altas, acreditavam em tudo e não sabiam absolutamente nada."

Oscar Wilde, in 'O Retrato de Dorian Gray'

(enigma)

E a História repete-se

Agora temos este muro :





Mas não nos podemos esquer que em tempos já existiu outro :








É dificil de compreender como é possivel repektir a história, principalmente quando ela não nos tras nada de bom. O muro de Berlim dividiu uma nação e o mundo durante decadas. Esperemos que o muro que actualmente se está a construir na palestina não faça o mesmo durante as poximas decadas.

"A história é apenas uma série de crimes e desgraças" Voltaire

"Nada, na história, serve para ensinar aos homens a possibilidade de viverem em paz. É o ensino oposto que dela se destaca - e se faz acreditar" Paul Valery

"A história é émula do tempo, repositório dos factos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro" Miguel Cervantes


(enigma)

terça-feira, abril 26, 2005

Em leitura...

"O Sal da Terra" - Cardeal Ratzinger

Irei fazer mais posts sobre estes livros, mas preciso de tempo....

[posidon]

segunda-feira, abril 25, 2005

É triste (II) - 25 Abril Sempre


Não querendo repetir o que o Enigma já disse num post anterior (aliás parece que me leu os pensamentos), queria acrescentar alguns pontos importantes!

Tem se vindo a assistir a uma alteração do passado, senão alteração pelo menos uma tentativa de branquear o que se passou. Têm tentado mostrar que o 25 de Abril foi algo normal, algo que tinha de acontecer..Evolução não REvolução!! Tem se por outro lado, tentado dar mais importância ao PREC, tentando assim mostrar que os que fizeram a revolução queriam impor um regime idêntico ao da antiga união soviética. Repare-se ainda que essa ideia é bastante útil hoje quando cada vez mais se ouvem "opinion makers" e senhores do poder a afirmar que a constiuição tem de ser alterada acabando assim com grandes conquistas conseguidas com esforço pelos trabalhadores ao longo dos anos. Repare-se que é importante que se esqueça, que se altere o passado, para que ele nunca tenha existido ou tenha existido à maneira que melhor convém para atingir os fins que hoje se desejam.
É bom não esquecer o 25 de Abril de 1974, é bom não esquecer que muito do que se queria com a revolução ainda não está alcançado e que a democracia pode é algo volátil... É bom conhecer o passado (correctamente) para não cometermos erros semelhantes e para não deixarmos que conquistas conseguidas sejam postas de parte.

Os que agora se encontram no poder, ainda viveram a revolução (talvez demasiado novos) mas não se pode afirmar que é a geração que agora tem 20 anos que nada quer saber dos factos históricos. O problema está no crescente poder que certos individuos têm na sociedade e que se apresentam contra (ou pelo menos não muito a favor) da revolução dos cravos. Para eles tudo tem de continuar na mesma com o povo burro, sem conhecimento e sem lutar pelos seus interesses. a trabalhar 40 (ou mais) horas semanais e com a possibilidade de serem substituidos (ou mandados embora) sem qualquer problema para a entidade patronal, no fundo um povo alienado apenas preocupado com o defice e com a necessidade de uma maior produtividade.

Parece que está fora de moda (talvez por ter sido à muito) a revolta do povo, as acções de rua, as palavras de ordem. Quando se vê hoje uma manifestação com alguém a gritar palavras de ordem, parece "ridiculo", essa sensação é nos imposto pelos senhores que desejam apagar o passado de maneira a levar o povo a aleinar-se!!

[posidon]

domingo, abril 24, 2005

25 Abril











É triste

A 31 anos dava-se inico á revolução de 25 de Abril de 1974, dia que para sempre alterou a vida de quem vivia e vive em Portugal. Durante todos os anos que se seguiram, na noite de 24 para 25, se procedia ás celebrações da Revolução. É triste ver que hoje, passados apenas 31 anos, não se faz nada. Antigamente havia fogo de artificio, montavam um palco no centro da cidade, actuavam musicos, tunas academicas, passavam filmes a relembrar os dias da revolução, e claro, ouvia-se a Grandola Vila Morena de Zeca Afonso. Hoje absolutamente nada. Amanha de manha apenas ira haver o tradicional tocar do Hino Nacional em frente da Camara, com meia duzia de "reformados" a assistir. Ainda mais triste é ouvirem-se comentarios por parte de pessoas de 20 e poucos anos a dizerem: "25 de Abril?? isso não interessa" , "O que raio é que foi isso??" e "no tempo do salazar é que era bom.". A nossa geração está assim tão "perdida" e inculta, longe das suas raizes e da sua historia?

Mas mesmo assim, gostaria de deixar a lembrança.



"Os Vampiros"

No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas

São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

Zeca Afonso

(Enigma)

quarta-feira, abril 20, 2005

O que é a religião

Num momento em que parece que todo o mundo anda de olhos postos no Vaticano, e no novo Papa, creio que podemos dar inicio ao tema da relião, e do seu significado e papel nas nossas vidas, quer se seja crente ou não. Independentemente de se acreditar ou não, toda e qualquer pessoa tem a sua opinião sobre a religião em geral, e sobre a Igreja em particular. Não creio que de momento interesse discutir a Igreja como instituição, ou o seu papel, mas sim, discutir o que é a Religião, independentemente de qual seja, pois não nos podemos esquecer que religião não é apenas a Cristã. Nestes ultimos dias creio que muita gente "regressou" á sua religião devido á mediatização da morte do Papa e subsequente eleição do novo. Em continuação deixo, aquela que para mim é uma das melhores opiniões do que é a religião.

"De início, portanto, em vez de perguntar o que é religião, eu preferiria indagar o que caracteriza as aspirações de uma pessoa que me dá a impressão de ser religiosa: uma pessoa religiosamente esclarecida parece-me ser aquela que, tanto quanto lhe foi possível, libertou-se dos grilhões, dos seus desejos egoístas e está preocupada com pensamentos, sentimentos e aspirações a que se apega em razão do seu valor suprapessoal. Parece-me que o que importa é a força desse conteúdo suprapessoal, e a profundidade da convicção na superioridade do seu significado, quer se faça ou não alguma tentativa de unir esse conteúdo com um Ser divino, pois, de outro modo, não poderíamos considerar Buda e Espinoza como personalidades religiosas. Assim, uma pessoa religiosa é devota no sentido de não ter nenhuma dúvida quanto ao valor e eminência dos objectivos e metas suprapessoais que não exigem nem admitem fundamentação racional. Eles existem, tão necessária e corriqueiramente quanto ela própria.
Nesse sentido, a religião é o antiquíssimo esforço da humanidade para atingir uma clara e completa consciência desses valores e metas e reforçar e ampliar incessantemente o seu efeito. Quando concebemos a religião e a ciência segundo estas definições, um conflito entre elas parece impossível. Pois a ciência pode apenas determinar o que é, não o que deve ser, isso está fora do seu domínio, logo todos os tipos de juízos de valor continuam a ser necessários. A religião, por outro lado, lida somente com avaliações do pensamento e da acção humanos: não lhe é lícito falar de factos e das relações entre os factos. Segundo esta interpretação, os famosos conflitos ocorridos entre religião e ciência no passado devem ser todos atribuídos a uma apreensão equivocada da situação descrita."

Albert Einstein, in 'Ciência e Religião' (Out Of My Later Years)

(Enigma)

Seguir a opinião publica

"Antigamente os melhores políticos lideravam a opinião pública. Agora os que têm ambições políticas limitam-se a segui-la."

Fernando Sobral in Jornal de Negocios

Será que isto é o que realmete está a acontecer??
Infelizmente creio que sim, que actualmete quem quer ter sucesso na politica e ter uma vida "politica" longa e prospera tem que seguir as "modas e tendencias" da opinião publica. Infelizmente vivemos num mundo, ou melhor, num pais, onde toda e qualquer ideia nova, que proponha uma mudança que vá contra a opinião publica e principalmente a opinião mediatica (pois é ai que a opinião publica se baseia), é morta logo á nascença, sem qualquer hipotese de sobrevivencia.
Antigamente (e falo de á 25 anos atras) eram os politicos que influenciavam as massas, conseguiam apresentar as suas ideias ao povo e leva-lo a acreditar em si. Neste momento não temos ninguem da nova geração de politicos em Portugal capaz de fazer isso, ninguem tem a coragem de apresentar novas e radicais propostas de mudança. Será que andamos a perder qualidades ?

(Enigma)

habemus papo


Este é o novo senhor todo poderoso da igreja católica neste nosso planeta!
Não sendo católico, mas sendo alguém que se interessa devo dizer que foi o pior nome que poderia ter saido na roleta que é a eleição de um novo papa. Passo a explicar: O senhor que antes de ser papa era "prefeito da congregação da doutrina da fé" (???inquisição???) teve alguns comentários interessantes. Em 2001 insurgiu-se contra a música Rock/Pop e manifestou reservas quanto à Opera. Aproveitou e comentou que a música nas igrejas teria que acabar. É contras as mulheres na igreja, contra o perservativo, contra o liberalismo, contra o marxismo, contra o materialismo, contra o socialismo, contra a modernidade....Bem digamos para resumir e sem entrar em grandes ensaios sobre o assunto que a igreja católica deu 50 passos para tráz, esperemos para ver no vai dar....

[posidon]

Rouxinol

Uma vez mais a solidão retorna a minha alma, sou como o rouxinol, tento cantar, mas quebram-me o bico, quero voar, mas quebraram-me as asas. Espero que não me roubem a noite, ou será a minha morte. Na noite encontro a miha paz, só, mas tranquilo, no meu pequeno mundo, no meu canto, mergulhado nos meus sonhos, nos quais voo e canto em liberdade e em companhia.

Cantilena

"Cortaram as asas
ao rouxinol
Rouxinol sem asas
não pode voar.

Quebraram-te o bico,
rouxinol!
Rouxinol sem bico
não pode cantar.

Que ao menos a Noite
ninguém, rouxinol!,
ta queira roubar.
Rouxinol sem Noite
não pode viver. "

Padre Francisco Fanhais

(Enigma)

As palavras do genio

"At the age of six I wanted to be a cook. At seven I wanted to be Napoleon. And my ambition has been growing steadily ever since."



"Have no fear of perfection -- you'll never reach it."



"Intelligence without ambition is a bird without wings."

"I don't take drugs: I am drugs."



"I believe that the moment is near when, by a procedure of active paranoic thought, it will be possible to systematize confusion and contribute to the total discrediting of the world of reality."

"Let my enemies devour each other."

"Mistakes are almost always of a sacred nature. Never try to correct them. On the contrary: rationalize them, understand them thoroughly. After that, it will be possible for you to sublimate them."



"Paranoiac-critical activity makes the world of delirium pass onto the plane of reality..."

"Those who do not want to imitate anything, produce nothing."

"There are some days when I think I'm going to die from an overdose of satisfaction."



"The only difference between myself and a madman, is that I am not mad!"

"The world will admire me. Perhaps I'll be despised and misunderstood, but I'll be a great genius, I'm certain of it."

All Quotes by Salvador Dali

(Enigma)

segunda-feira, abril 18, 2005

A Solidão

. Solitude - Anthropomorphic Echo, 1935 Salvador Dali


É incrivel, como as vezes, mesmo estando rodeados de muita gente, nos podemos sentir tão sós, sozinhos, abandonados á merce deste mundo.
É este sentimento que por vezes destroi as pessoas, a sua alma começa a se degradar pouco a pouco, e a vitalidade e vontade de viver de outros tempos esmorece minuto a minuto.

"A solidão é o fundo último da condição humana. O homem é o único ser que se sente só e que procura um outro."

Octavio Paz in, "O labirinto da Solidão"

... mas por mais que procure não consigo encontrar.

(Enigma)

O Presente sem Passado nem Futuro

Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Pesa-me um como a possibilidade de tudo, o outro como a realidade de nada. Não tenho esperanças nem saudades. Conhecendo o que tem sido a minha vida até hoje - tantas vezes e em tanto o contrário do que eu a desejara -, que posso presumir da minha vida de amanhã senão que será o que não presumo, o que não quero, o que me acontece de fora, até através da minha vontade? Nem tenho nada no meu passado que relembre com o desejo inútil de o repetir. Nunca fui senão um vestígio e um simulacro de mim.
O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.

Fernando Pessoa, in "Livro do Desassossego"

(Enigma)

O Meu Carácter

Cumpre-me agora dizer que espécie de homem sou. Não importa o meu nome, nem quaisquer outros pormenores externos que me digam respeito. É acerca do meu carácter que se impõe dizer algo.
Toda a constituição do meu espírito é de hesitação e dúvida. Para mim, nada é nem pode ser positivo; todas as coisas oscilam em torno de mim, e eu com elas, incerto para mim próprio. Tudo para mim é incoerência e mutação. Tudo é mistério, e tudo é prenhe de significado. Todas as coisas são «desconhecidas», símbolos do Desconhecido. O resultado é horror, mistério, um medo por de mais inteligente.
Pelas minhas tendências naturais, pelas circunstâncias que rodearam o alvor da minha vida, pela influência dos estudos feitos sob o seu impulso (estas mesmas tendências) - por tudo isto o meu carácter é do género interior, autocêntrico, mudo, não auto-suficiente mas perdido em si próprio. Toda a minha vida tem sido de passividade e sonho. Todo o meu carácter consiste no ódio, no horror e na incapacidade que impregna tudo aquilo que sou, física e mentalmente, para actos decisivos, para pensamentos definidos. Jamais tive uma decisão nascida do autodomínio, jamais traí externamente uma vontade consciente. Os meus escritos, todos eles ficaram por acabar; sempre se interpunham novos pensamentos, extraordinárias, inexpulsáveis associações de ideias cujo termo era o infinito.

Não posso evitar o ódio que os meus pensamentos têm a acabar seja o que for; uma coisa simples suscita dez mil pensamentos, e destes dez mil pensamentos brotam dez mil interassociações, e não tenho força de vontade para os eliminar ou deter, nem para os reunir num só pensamento central em que se percam os pormenores sem importância mas a eles associados. Perpassam dentro de mim; não são pensamentos meus, mas sim pensamentos que passam através de mim. Não pondero, sonho; não estou inspirado, deliro. Sei pintar mas nunca pintei, sei compor música, mas nunca compus. Estranhas concepções em três artes, belos voos de imaginação acariciam-me o cérebro; mas deixo-os ali dormitar até que morrem, pois falta-me poder para lhes dar corpo, para os converter em coisas do mundo externo.

O meu carácter é tal que detesto o começo e o fim das coisas, pois são pontos definidos. Aflige-me a ideia de se encontrar uma solução para os mais altos, mais nobres, problemas da ciência, da filosofia; a ideia que algo possa ser determinado por Deus ou pelo mundo enche-me de horror. Que as coisas mais momentosas se concretizem, que um dia os homens venham todos a ser felizes, que se encontre uma solução para os males da sociedade, mesmo na sua concepção - enfurece-me. E, contudo, não sou mau nem cruel; sou louco, e isso duma forma difícil de conceber.

Embora tenha sido leitor voraz e ardente, não me lembro de qualquer livro que haja lido, em tal grau eram as minhas leituras estados do meu próprio espírito, sonhos meus - mais, provocações de sonhos. A minha própria recordação de acontecimentos, de coisas externas, é vaga, mais do que incoerente. Estremeço ao pensar quão pouco resta no meu espírito do que foi a minha vida passada. Eu, um homem convicto de que hoje é um sonho, sou menos do que uma coisa de hoje.

Fernando Pessoa, in "Notas Autobiográficas e de Autognose"

(Enigma)

É fashion

Está na moda, é bonito e fica muito bem. Se deseja ser um AZEITEIRO, compre JÁ o seu colete e coloque-o num dos bancos dianteiros do seu veiculo.é fashion e dá estilo. As cores disponiveis ficam sempre bem qualquer que seja a cor do seu veiculo automovel!



[posidon]

quinta-feira, abril 14, 2005

estados de espirito III

I need some (fresh) AIR



[posidon]

terça-feira, abril 12, 2005

cuidado com os excessos (II)

"Actualmente as acções de identificação, revista e busca são realizadas apenas "num quadro de suspeita". Contudo, o Governo pretende que estas diligências possam ser efectuadas no âmbito de acções de prevenção da criminalidade, em nas zonas consideradas mais problemáticas, mas "sempre sob controlo do Ministério Público", garantiu António Costa." in Publico

Isto era algo que eu referia nuns post's anteriores. Isto é demasiado perigoso, e não estou a ver ninguém preocupado com isso, vamos comer e calar! Parece que todas as forças politicas estão de acordo....

[posidon]

segunda-feira, abril 11, 2005

made in china & india

Estejam atentos, eles vão ser as próximas super potências!!
Noticia

Há alguns anos a India apostou forte na área de software, agora parece que vai começar a tirar dividendos...

[posidon]

domingo, abril 10, 2005

Contra mim mesmo

Todos queremos ser livres. Mas ainda assim tentamos arranjar maneiras de o não sermos. O futuro parece-me cada vez mais controlado... Estou metido nisso, é estranho mas verdade!!!

[posidon]

quarta-feira, abril 06, 2005

TSUNAMI, UM ACIDENTE NATURAL? (TEORIA DA CONSPIRAÇÃO)

21 de Fevereiro de 1978, um submarino nuclear americano sofre uma avaria e
afunda-se no Indico sul, pouca ou nenhuma informação escapa para o mundo,
estava numa missão secreta, com certeza. Uma enorme operação de resgate da
preciosa carga, 8 ogivas nucleares, é posta em marca, mas convenientemente
encoberta, ao estilo da Glomar Explorer, a manobra de diversão era procurar
petróleo. Nada foi recuperado desta vez, o submarino continuou no fundo do
oceano com a sua explosiva carga, mas o Americanos continuavam com o
controle do armamento remotamente.

Em Setembro de 2003, astrónomos dos Estados Unidos descobriram um grande
asteróide que se estaria aproximando rapidamente. Embora as possibilidades
de impacto serem extremamente baixas, os cientistas previram a data de
impacto para 21 de Março de 2014; quase confirmado esse facto, os EUA
decidiram depois de várias reuniões com os principais lideres do mundo e o
primeiro ministro da Índia(único pais afectado presente na reunião) com
vista a resolver este problema da melhor forma, conta-se que várias formas
de destruir o asteróide, mas nenhuma era viável, então decidiu-se aproveitar
as 8 ogivas nucleares que sobraram do tal submarino afundado no Índico para
provocar uma explosão que, e tão potente, deixaria a terra uns poucos
milímetros fora da sua orbita normal, e assim, o asteróide já passaria ao
lado da terra. Como é certo, os países perto da zona de explosão nunca
concordariam, por isso a operação foi mantida em absoluto sigilo. Todos os
cálculos
foram feitos e o cogumelo nuclear nunca chegaria perto da superfície da
agua, mas a data, veio-se a verificar que tinha sido muito mal escolhida.

O explosão nuclear ocorreu a 26 de Dezembro de 2004, encoberta por um
suposto terramoto de 8.9, e mais tarde rectificado para 9.0 na escala de
Richter, cerca das 8 da manhã (hora local), consequências foram
devastadoras, estima-se mais de 150mil mortos. Correu o rumor na imprensa
que os americanos teriam tido o conhecimento do tsunami que se viria a
formar uma hora antes de atingir a costa da Tailândia e não teriam
conseguido avisar ninguém pudera.). Os Americanos não queriam que ninguém
soubesse o que eles tinham feito, mas o que é certo é que possivelmente
fomos todos salvos devido a este acto, à primeira vista horrível, mas que a
longo prazo será considerado heróico. O plano terá corrido bem, segundo a
imprensa e um conceituado geofísico americano Richard Gross, devido à massa
deslocada pela acção da explosão, o dia da explosão teve menos 3 micro
segundos que um dia normal e o eixo da terra inclinou-se cerca de uma
polegada, evitando o futuro impacto do asteróide.

Desta forma os americanos terão, por agora, salvo o mundo, mas o preço...

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sexta-feira, abril 01, 2005

Karol Wojtyla

Nascido a 18 de Maio de 1920, na Polonia, torna-se em 16 de Outubro de 1978 o primeiro Papa não Italiano desde Adriano VI (1522-3). Conhecido como João Paulo II, este homem torna-se como uma das mais importantes figuras das ultimas decadas. Podemos ou não concordar com a religião cristã, mas a uma coisa temos que nos render, a sua personalidade e intervensão em todos os cantos do mundo, ajudarão a que o mundo actual seja uma coisa melhor do que aquela que poderia ter vindo a ser. Ajudou a "derrubar" o muro de Berlin, visitou Cuba, a Russia, diversos paises de Africa, America do Sul, Medio Oriente, etc.. Foi o primeiro papa a entrar numa cinagoga, recebeu e visitou lideres espirituais de todas as religiões, interviu em diversos conflitos pelo mundo fora. Trabalhou para uma maior abertura por parte do vaticano o mundo.

Por agora queria apenas deixar a minha admiração por esta personagem, a qual considero, como ja referi, uma das mais importantes dos ultimos anos.

(Para breve um post completo sobre João Paulo II)

(Enigma)